"Espelho, espelho meu, existe alguém que reflita mais do que eu?" (Martha Medeiros) - Um blog para ser apreciado como um espelho do mundo, da mídia, da educação... e também um "espelho meu"!
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Tecnologia para a saúde
Foi publicado na Revista Saúde! (edição de agosto 2010) mais um caso em que a tecnologia pode atuar em prol da saúde. Estudos sobre o videogame Nintendo Wii o recomendam como recurso contra o sedentarismo, com benefícios garantidos para a saúde cardiovascular, sendo aprovado pela Associação Americana do Coração (American Heart Association). No Brasil, o game já está sendo usado em estudos na área da fisioterapia, garantindo força e equilíbrio de acordo com a versão empregada no tratamento dos pacientes.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Internet e cognição
“A televisão me deixou burro /muito burro demais/agora todas as coisas que eu penso/me parecem iguais”. Lembra desse hit dos Titãs? A música é de 1985 e fazia uma crítica ao telespectador passivo em frente da telinha, deixando-se manipular pelos conteúdos da mídia.
Agora, pesquisadores americanos questionam os efeitos da internet sobre o cérebro humano. Sabe-se que a rede é tecida pelos hiperlinks, os nós de conhecimento, e que uma de suas características é a não linearidade de leitura, uma vez que, se o link for atraente, o leitor pode ir “saltando” entre páginas, telas, janelas.
Na edição de agosto da revista Galileu, a reportagem de capa indaga: “A internet está deixando você burro?”. Para Nicholas Carr, autor do livro The Shallows: What Internet is Doing to Our Brains (Os rasos: o que a internet está fazendo com o nosso cérebro), o uso constante da internet com todos os seus atrativos (MSN, links, várias janelas abertas, leitura de e-mails, visualização de vídeos, etc.) está alterando o modo de funcionamento cerebral. As leituras na rede tornam-se apressadas e superficiais, não há tempo para que a informação seja armazenada adequadamente no cérebro. Segundo os estudos desenvolvidos, quanto mais leituras não lineares (interrompidas com freqüência) são feitas, menor se torna a capacidade de memorização e, portanto, reduz-se a capacidade cognitiva. Isto porque “‘(...) necessitamos de atenção para que possamos aprender’, afirma Paulo Henrique Bertolucci, professor de neurologia clínica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)”*.
Nenhum dos autores citados na matéria afirma que a internet é de todo nefasta. Pelo contrário, o que pregam é que além do uso da internet, as pessoas destinem algum tempo para a leitura de livros e revistas, uma leitura linear e sem interrupções. Isto, supõe-se, garantiria um reforço na criatividade, na imaginação e também um enriquecimento vocabular. A internet não é o problema, nem há como evitá-la, o problema está na sobrecarga de tarefas desenvolvidas online e na quantidade absurda de estímulos diversos recebidos durante o período de conexão.
Quatro depoimentos ilustram o artigo. São jovens profissionais entre 20 e 25 anos que relatam suas experiências com a internet e os efeitos dessa utilização no seu dia a dia. Lapsos de memória, dificuldade em memorizar obras literárias, necessidade de verificar e-mails com frequência são alguns dos problemas apontados. E a matéria acaba indicando 5 soluções para a “desintoxicação” da web: estabelecer um horário fixo para acessar e-mails e twitter (como forma de diminuir a ansiedade); eliminar links e distrações da tela (para garantir maior capacidade de concentração); passear no parque (como uma forma de acalmar a mente); exercitar o cérebro com livros e rádio (para estimular áreas que a internet não atinge) e permanecer desconectado por algum tempo (para relaxar o cérebro).
Costuma-se dizer que “menos é mais”, talvez isso possa ser aplicado à web também. Com moderação ela não causará nenhum dano cerebral e incluir livros, música, passeios, exercícios físicos na rotina diária ou semanal certamente não fará mal nem ao espírito, nem à mente, nem à capacidade cognitiva e muito menos ao físico.
(*PONTES, Felipe; MALI, Tiago. A internet está deixando você burro? Revista Galileu. Rio de Janeiro: Globo, nº 229, ago. de 2010, p. 38-47.)
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Playing for change
O segundo vídeo da minha postagem anterior faz parte do projeto Playing for Change - Peace through music (Tocando para a mudança - Paz através da música). O vídeo que selecionei é de 2008. São vários músicos de rua do mundo inteiro, tocando Stand by me, conhecida na voz de John Lennon. A música conecta as pessoas, não importa no que elas acreditem.
Pedagogicamente, o vídeo é útil na aula de línguas para o trabalho com os aspectos culturais da aprendizagem de um idioma. A música explorada é cantada em inglês, com sotaques muito diferentes, o que não impede que haja a compreensão. Conhecer a música na interpretação de John Lennon, poderia ser o próximo passo: estudar a letra, verificar se ela condiz com a ideia do projeto de promover a paz através da música. E o professor poderia, ainda, debater a visão dos alunos sobre o projeto Playing for Change, através de questões pessoais ou em pequenos grupos.
Pedagogicamente, o vídeo é útil na aula de línguas para o trabalho com os aspectos culturais da aprendizagem de um idioma. A música explorada é cantada em inglês, com sotaques muito diferentes, o que não impede que haja a compreensão. Conhecer a música na interpretação de John Lennon, poderia ser o próximo passo: estudar a letra, verificar se ela condiz com a ideia do projeto de promover a paz através da música. E o professor poderia, ainda, debater a visão dos alunos sobre o projeto Playing for Change, através de questões pessoais ou em pequenos grupos.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Internet for peace
“Finalmente percebemos que a internet é mais do que uma rede de computadores. Homens e mulheres de todos os cantos do mundo estão se comunicando graças à maior interface social já conhecida pela humanidade. A cultura digital lançou as bases para uma nova sociedade. E esta sociedade está avançando o diálogo, o debate e o consenso através da comunicação. Porque a democracia sempre floresceu onde há abertura, aceitação, discussão e participação. E o contato com os outros sempre foi o mais eficiente antídoto contra o ódio e o conflito.
É por isso que a internet é uma ferramenta para a paz. É por isso que qualquer um que pode usá-la pode plantar as sementes da não-violência, e é por isso que o próximo prêmio Nobel da Paz deveria ir para a Net. Um Nobel para cada um e para todos nós.”
O Prêmio Nobel é uma criação de Alfred Bernhard Nobel. Desde sua instituição, em 1895, este prêmio sempre foi entregue a pessoas. Seres humanos com alguma notoriedade em suas ações para aplacar conflitos, estabelecer a paz. Madre Teresa de Calcutá foi um exemplo. Os laureados mais recentes (apenas de 2000 para cá) incluem nomes como: Kofi Annan, das Nações Unidas (2001); Mohamed Elbaradei, da Agência Internacional de Energia Atômica (2005) e Barack Obama, presidente dos EUA (2009).
Em 2010, entre os 237 nominados figura a Internet, contando com uma campanha online na qual os internautas postam seus vídeos a favor desta eleição. Em minha modesta opinião, o vídeo oficial traz alguns pontos pertinentes:
1º) temos uma nova sociedade se estabelecendo. Mais cooperativa, mais colaborativa, mais conectada.
2º) diálogo, debate e consenso fazem parte do processo de comunicação e podem, sim, ser eficazes para vencer o ódio e o conflito.
3º)a internet é uma ferramenta.
Sim, a internet é uma ferramenta, um recurso, uma interface de interação, uma rede de conexões muito diversas entre homens e mulheres, de todo o mundo. Uma ferramenta que permite que se esteja “aqui” e ao mesmo tempo “lá”, onde estiver alguém ou algo que desperte o interesse. Uma ferramenta para divulgação de idéias, de vídeos, para compartilhamento de conhecimento, informação, música, entretenimento. Uma ferramenta democrática, que atende ao usuário do 1º mundo e ao do país emergente. Mas tão somente uma ferramenta.
Não é ela que promove a paz. É o ser humano por trás da ferramenta que garante o seu uso para o bem ou para o mal. É este ser que é capaz de organizar uma briga de torcidas através de uma rede social ou criar uma ONG para auxiliar um semelhante que passe por necessidade. Assim, as sementes da não-violência não são plantadas pelos usuários da internet simplesmente, mas a net pode ser uma plataforma de lançamento dessas sementes graças aos valores humanos que estão sendo comunicados, compartilhados.
Eu não vou participar do debate sobre a indicação da internet para o prêmio Nobel da Paz, eu não vou criar um vídeo sobre isso. Vou postar um outro vídeo, tão colaborativo quanto a internet, divulgado graças a ela, talvez possível também graças a ela... a diferença é que neste, embora haja técnica presente, é a emoção que fala mais alto, uma emoção que independe da sua raça, da sua história de vida, do país de onde você é, da escolaridade que você tem. Esse, com todas as suas diferenças, é capaz de apaziguar os espíritos...
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